O seguro auto é o segmento que mais tem enfrentado mudanças nos últimos anos. Em muitos aspectos, a tecnologia tem auxiliado esse mercado e polarizado ainda mais a venda e oferta do mesmo, mas quando o assunto é atendimento pós-venda ou sinistro, o corretor de seguros ainda tem seu valor.
Contudo, a mesma tecnologia também está em constante evolução e auxiliará as seguradoras no monitoramento e acompanhamento de hábitos no trânsito. À medida que esse desenvolvimento fica mais efetivo, o seguro pode baratear e as informações camufladas para diminuir o custo das apólices podem ficar perceptíveis e ser consideradas como fraudes, implicando no pagamento do futuro sinistro.
Se o corretor participa da negociação, o código de defesa do consumidor é claro quanto à responsabilização do intermediário nos casos onde se dá o famoso "jeitinho brasileiro".
No Seguro Auto, essa é a fraude mais comum. Os envolvidos em um acidente de trânsito verificam se têm seguro, e caso o causador não tenha, eles acordam entre si que a apólice do segurado seja acionada, e o que não tem, ficará com o pagamento da franquia. No entanto, é preciso ficar claro por parte do corretor de seguros, na hora de acionar o sinistro, que haverá perda de bônus e o segurado pagará mais caro na renovação.
É difícil a seguradora descobrir esse combinado, pois até o boletim de ocorrência é fraudado, uma vez que os envolvidos acabam por fazê-lo depois, sendo que a polícia dificilmente se direciona ao local para fazer a verificação, em virtude da quantidade de acidentes, exceto em caso de vítimas.
No seguro auto, este é certamente o "jeitinho" mais utilizado. Isso porque o perfil de determinadas faixas etárias influenciam bastante no preço do seguro auto. Além de ser mais usual, também é o mais difícil de averiguar na hora do sinistro e, sob o ponto de vista jurídico, uma vez que o seguro é um contrato de boa fé, ou seja, pressupõe-se a confiança nas informações prestadas.
Sendo assim, é comum o segurado informar que quem mais dirige é a esposa ou a mãe, pois nesse caso há desconto. É papel do corretor levantar as informações reais e alertar o segurado sobre a possibilidade de a seguradora detectar a informação divergente. Nesse caso, o sinistro poderá ser recusado.
Esse também é um tipo de fraude, se for informado algo diferente do contexto real. Ora, todo profissional de seguros sabe que se o carro é usado para fins comerciais, o cliente está mais exposto ao risco. Logo, o seguro auto ficará mais caro se comparado ao uso particular.
No caso de aplicativos, é necessário informar que o carro está sendo utilizado para a atividade comercial (aplicativo). Isso porque, nessas situações, o veículo é ainda mais exposto ao risco. É dever do corretor esclarecer essa informação para o segurado e, mais uma vez, alertá-lo sobre a perda da cobertura caso a seguradora detecte a divergência na informação.
Informar no seguro auto que o veículo ficará em garagem nos locais onde o segurado permanece a maior parte do tempo (casa, trabalho ou onde estuda) e, na realidade, não existir uma garagem, também influencia no preço do seguro.
Mais uma vez, o cliente pode ser responsabilizado em perda de cobertura se a seguradora descobrir. Esse tipo de informação é extremamente comum e deve ser evitada, considerando a realidade do segurado.
Todo questionário de perfil da seguradora solicita CEP de pernoite e endereço do segurado no seguro auto. Todo lugar tem algumas áreas onde o seguro fica consideravelmente mais caro em função do risco da região. Aproveitar-se disso e colocar endereço diferente do real também é uma fraude.
Como profissional, considerando essas dicas, procure estabelecer rotinas que o auxiliem diariamente nas negociações do seguro auto. Atuando como corretor, você é responsável por ajudar o segurado na condução correta das informações do seguro sob pena de responsabilização jurídica. O ideal é sempre formalizar as orientações perante o segurado.
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